O que se passou este ano no Mundial de Fórmula 1 leva-me a crer que aquela gente não bate bem da bola. Ou melhor, do pneu.
Para começar, vem-se a saber que
é bem possível que o patrão da McLaren tivesse estimação a mais pelo rookie Lewis Hamilton. Ora mesmo que tivesse, isso nunca poderia ser tornado público, porque gera-se ali uma guerra entre pilotos (é normal, no lugar do Alonso eu também ficaria lixado) e além disso a equipa perde credibilidade.
Posteriormente, rebenta um escândalo de espionagem que envolve as duas maiores escuderias da F1. E exactamente por a McLaren ser uma “grande” é que choca. Não dignifica em nada e só por isso, um eventual título por parte da McLaren seria sempre injusto.
Depois acontecem uma série de casos simplesmente ridículos: toques por detrás com o
safety car em pista; limitador de velocidade accionado em plena corrida (
gaffe que valeu um título!); pilotos a usarem combustível com temperatura 10º abaixo do permitido, e por aí em diante. Tudo isto é insólito, mas ridículo.
E como se não bastasse, vem agora a McLaren fazer figuras parvas ao reclamar por causa da questão da temperatura do combustível. E se até tinham
alguma legitimidade para protestar, perderam-na toda no momento em que decidiram espionar a Ferrari.
E já que estamos a falar da Ferrari, parece que o Max Mosley, patrão da FIA, acabou de afirmar que a Ferrari é a equipa mais importante da Fórmula 1 e que goza de um respeito e prestígio diferente das outras equipas todas. Mais um tiro no pé!
É pena, porque eu até sou grande adepto da McLaren-
Mercedes (reparem na palavra sublinhada, tem a sua importância) e também por isso é lixado ver o Kimi Raikkonen, que muito aprecio, sagrar-se campeão do mundo pela Ferrari, que detesto. Mas o Kimi venceu bem. Fez o seu campeonato discreto, no seu cantinho, sem chatear ninguém, e acabou por recolher os louros.
Volta Senna, estás perdoado! Isto sem ti não é a mesma coisa...