já está?
31 de janeiro de 2008
E tu, na qualidade de amiga do coração*, eras senhora para me transmitir um duplicado dessa sumptuosa colectânea de obras de arte da tua autoria. Não eras? Eu ia gostar. Ia ficar com inveja, mas ia gostar. E orgulhar-me de ter uma amiga do coração* talentosa e cheia de bom gosto.

* Mesmo lá do fundo do coração, sabes?
1
um punhal que custa sair
Se disseres uma coisa que pode não cair bem do outro lado, prepara-te para seres tratado, subrepticiamente, de marioneta. Manipulado, por outras palavras. Prepara-te para seres acusado de não teres independência e de ser controlado por terceiros. Gestos, palavras e atitudes... tudo controladinho. Mesmo que alegues que tens como testemunha da tua autonomia a maior e melhor testemunha possível. God Himself. Quando a verdade não quiser ser ouvida, vais ver uma cara a virar-se para o lado, de forma cobarde. Se ainda por cima a pessoa é amiga, prepara-te para ouvires dela que, ainda assim, há na mesma respeito por ti. Começa por dizer isso, mas descasca em ti logo a seguir. Quando assim é, não há pachorra que nos valha, a resposta tem de ser salgada. Caia bem ou caia mal. Acreditem em ti ou não. Vais ter de tirar das costas o punhal que lá enfiaram...
1
formulários em catadupa
28 de janeiro de 2008
O meu dia-a-dia mudou e encheu-se de formulários e entrevistas. Ando muito de carro, mas também ando a pé com uns sapatos de cerimónia que pouco a pouco vão rebentando com os meus segmentos distais. Passei a lidar com pessoas diferentes e consequentemente a ter que levar com vários tipos de respostas, que vão desde o «Não, muito obrigado!» até ao «Mas olhe que quem trata disso é o senhor José e ele não está, volte na próxima semana, está bem? Faz-me esse favor?». Faço. Que remédio tenho eu senão voltar na próxima semana, não é verdade? Mas isto sou eu a imaginar o futuro, porque a próxima semana ainda está para acontecer, está claro. Tenho inclusivamente o exemplo de uma cliente que me pediu licença, enquanto estávamos reunidos, para dar um valente insulto à sua sócia. Isto é que é educação, viram? O chato disto tudo é que vejo-me obrigado a vestir uns trapos mais formais, para não parecer demasiado ignóbil quando abordo as pessoas. E pronto, o meu dia-a-dia passou a ser este. Das nove às sete.
3
serenidade
26 de janeiro de 2008
Ele decidiu que teria forçosamente de esperar por ela. Serenamente. O tempo que for preciso.
0
gostar de homens
24 de janeiro de 2008
Lisandro Lopez

Não só tem classe futebolística como tem também tão somente... classe. Este cabelo quase à flor da pele proporciona-lhe um ar que eu verdadeiramente invejo. Faz-me lembrar o mítico Eric Cantona. Sério mas extravagante. Dos seus dotes como jogador, apenas há a salientar que o facto de ter trocado de posição em campo elevou-o ao estatuto de génio.

Post scriptum: o título é excepcionalmente inspirado no da rubrica muito regularmente usada pelo grande Tiago Cavaco. E ao contrário dele, justifiquei a minha escolha. Quero vincar o carácter excepcional da coisa. Prometo que não repito a gracinha, Tiago.
1
b.i. intelectual, 3
21 de janeiro de 2008
Quando fui ao “photomaton” tirar fotografias novas para renovar o BI, fui logo confrontado, mal me sentei na cabine, com uma voz feminina cuja origem linguística ainda não consegui perceber. Pareceu-me uma mistura entre português-ucraniano e português-brasileiro. Além disso as instruções que ia debitando enquanto eu tentava alinhar a cara no circulo de captação pareciam ditas por um neófito. Ou seja, até nas máquinas a incompetência vocal se instalou. Isto é para desencorajar as pessoas, ou quê?
1
assembleia
Hoje tivemos assembleia em dose tripla lá na igreja. Assembleia anual, assembleia regular e assembleia extraordinária. Chamamos “assembleia regular” à segunda porque parece que se instalou um complexo qualquer em chamar a coisa pelo seu nome: assembleia ordinária. De facto a palavra soa mal, mas enfim, é o nome dela.
0
b.i. intelectual, 2
18 de janeiro de 2008
Aproveitei ainda para acrescentar um nome à minha assinatura. Esta é que é a parte intelectual da coisa. Para além do primeiro e último nome, acrescentei pelo meio o apelido da minha mãe. Sou oficialmente Alves Pinto. É uma maneira de parecer intelectual aos olhos dos outros e é, ao mesmo tempo, uma singela e justa homenagem à minha mãe.
0
b.i. intelectual
Hoje fui renovar o meu bilhete de identidade. Somente dois motivos me levaram a tal acto: o documento estava caducado desde Novembro e a minha cara, na fotografia, mais parecia ter sido pisada por um camião TIR. Tive que suportar essa triste figura durante cinco anos e acho que já chega. «Alguma alteração?», disse a senhora. Apenas mencionei a minha altura, alertando para o facto de ter esticado uns valentes centímetros desde a última vez. Foi em 2002. Para minha total surpresa a régua de medição apresentou um metro e noventa e cinco. Mais um centímetro que no BI e menos três do que eu suspeitava. Posso, agora, e com toda a convicção e firmeza, soltar um valente «Tenho dois metros uma ova, ouviste?!!» a quem ousar dizer piadolas sobre a minha altura. Sempre fui, sou e sempre serei um gajo normal, suficientemente alto para dar nas vistas e suficientemente baixo para não valer grande coisa no basquetebol.
0
comparações desajeitadas
12 de janeiro de 2008
- Lá na 'tua' Figueira [da Foz] é que já começam a ter grandes eventos.
- Pois é. Amanhã está lá o Jorge Palma, já lá esteve o Noddy...
- Jorge Palma e Noddy, hã?! Só falta dizeres que faltou a Floribela. Olha os patamares... Floribela lá no fundo, Noddy pelo meio e o Jorge Palma cá em cima. Está bonito está...

Etiquetas:

1
half heart
10 de janeiro de 2008
Ele era um fotógrafo amador que um dia sentiu uma coisa. Qualquer coisa. Sentiu uma mão a bater-lhe no coração, como se fosse alguém a bater à porta. Por sua vez, bateu à porta do que estava a picar o seu sentimento e pediu para entrar, mas só lhe deixaram entrar metade do coração. Compreenda-se que ele era amado, muito amado, mas aquela outra metade estava a mais. Não lhe restou alternativa senão abdicar daquele pedaço indesejado, porque o seu maior desejo era agradar, e ser útil e importante. Aliás, não abdicou, porque todos os dias olhava para a janela e via-o cá fora à espera dele. Ainda tem esperança que um dia o sentimento que o picou o deixe ir lá fora buscar a parte do seu coração que mais batia. Fazer um todo e viver feliz para sempre.

O facto de ele ser fotógrafo amador pouco importa para o caso. Apenas realça o facto de que isto é uma ilustração carinhosa.

Etiquetas:

0
Lisboa-Dakar
8 de janeiro de 2008
O Lisboa-Dakar foi anulado. Eu que sempre defendi que a cidade de partida estava mal, sou agora confrontado com o exacto oposto: a cidade de destino é que não anda là muito bem. Azar do caraças. Por mim devolvia-se a organização a Paris e, tal como o Senhor Comentador sugere, arranjava-se um novo percurso para os gajos do deserto brincarem, tipo Vladivostok.
0
friendship, nem de propósito...
6 de janeiro de 2008
Nem de propósito, vi esta noite um filme que em muito tem a ver com o que disse no post anterior. O filme Radio, com Cuba Gooding Jr. e Ed Harris, relata a vida de um rapaz deficiente ignorado e desprezado por todos, que, devido à amizade e ao auxílio do treinador de uma equipa de futebol americano, vai alcançando a popularidade e a sua vida começa a ter valor para os outros. A amizade é isso... é ter importância na vida de quem amamos sem olhar aos seus defeitos, ao seu passado ou às suas limitadas condições de vivência diária. Amizade é estar presente e ajudar. O filme é excelente e transmite muitos e bons valores, e foi por mera coincidência que o vi pouco depois de escrever sobre amizade.

Etiquetas:

3
friendship
5 de janeiro de 2008
Tenho chegado à conclusão que a amizade e o relacionamento puro e genuíno são a melhor dádiva de Deus. E ultimamente tenho visto os frutos disso. Não que isso seja uma novidade, por assim dizer, mas vejo cada vez mais que as pessoas que nos rodeiam é que moldam a nossa maneira de ser e contribuem grandemente para o nosso sucesso pessoal. Ter os amigos certos prontos para alinhar nos nossos projectos ou para nos apoiar nas nossas ideias e decisões, mas ao mesmo tempo prontos para nos puxar pelo colarinho e pôr um travão nas nossas loucuras e nos nossos mergulhos para o abismo, é bom. Muito bom. E há amigos sem quem já não sei viver.

Etiquetas:

1
o fumo!
3 de janeiro de 2008
De todos os tipos de fumos que este país tem (o fumo das lareiras, o fumo dos pneus na estrada, o fumo dos incêndios, o fumo das frigideiras ou o irremediável fumo das Famel-Zundap) estamos finalmente a começar a ver-nos livres de um em particular: o fumo do tabaco. Independentemente de toda a polémica que este assunto trouxe, só me ocorre um pensamento: até que enfim, peca por tardio! Ainda não tive oportunidade de andar por aí a cheirar tudo quanto é espaço comercial, porque nos últimos dois dias estive pregado à cama, mas já deu para ver que o ambiente anda mais aliviado. Eu já aqui falei, em tempos, num bar de Viseu que servia as melhores hamburgueres do mundo. Como o espaço em questão tem menos de 100m quadrados, quer-me parecer que vou passar a frequentar aquele lugar com muito mais assiduidade.
1
big night
1 de janeiro de 2008
Grande noite de passagem de ano, é jogar poker desde a uma até às seis da manhã, tudo sempre a feijões, e acabar com um all-in para depois ir dormir.

Etiquetas:

0