Ele era um fotógrafo amador que um dia sentiu uma coisa. Qualquer coisa. Sentiu uma mão a bater-lhe no coração, como se fosse alguém a bater à porta. Por sua vez, bateu à porta do que estava a picar o seu sentimento e pediu para entrar, mas só lhe deixaram entrar metade do coração. Compreenda-se que ele era amado, muito amado, mas aquela outra metade estava a mais. Não lhe restou alternativa senão abdicar daquele pedaço indesejado, porque o seu maior desejo era agradar, e ser útil e importante. Aliás, não abdicou, porque todos os dias olhava para a janela e via-o cá fora à espera dele. Ainda tem esperança que um dia o sentimento que o picou o deixe ir lá fora buscar a parte do seu coração que mais batia. Fazer um todo e viver feliz para sempre.
O facto de ele ser fotógrafo amador pouco importa para o caso. Apenas realça o facto de que isto é uma ilustração carinhosa.
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