Debaixo de um título provocador como este, proponho-vos não um artigo, mas sim um ponto da situação, ou melhor um ponto de reflexão, inspirado por um artigo publicado na Internet por um fotógrafo, Mike Johnston, da qual traduzo/adapto do inglês uma passagem:
« Para ser honesto, a maior parte das minhas fotografias são fatelas. O positivo desta constatação, é que a maior parte das vossas fotos são fatelas, elas também. Como é que posso saber isso? Porque a maior parte das fotografias de toda a gente são fatelas, eis porquê. Vi as pranchas de contacto de Cartier-Bresson, e a maior parte das suas fotos eram fatelas. Um dos meus professores dizia que foi uma revelação para ele quando teve uma aula dada por Garry Winogrand, e ficou a saber que a maior parte das fotos do Winogrand eram fatelas. »Uma reflexão que leva a nos repormos em causa, e que põe ainda os pontos nos i's: não, as máquinas não tiram boas imagens,
são os fotógrafos que as tiram. Mike Johnston continua o seu artigo escrevendo:
« Seria simpático se você pudesse ter a certeza de receber “acoladas” e de ser respeitado só por ter comprado tal câmara Canon ou tal câmara Minolta, ou outra. Mas todos os piores falhanços de Cartier-Bresson e de Garry Winogrand foram feitos com as mesmas Leicas que realizaram as suas obras-primas. » (ler a versão original em inglês)Ele conclui relembrando que não precisamos de um aparelho excepcional para tirar excelentes fotografias. E que se possuímos um aparelho excepcional, ele é perfeitamente capaz de tirar excelentes imagens... com a condição de nós sabermos fazê-lo! Pronto... isto não tem matéria para se fazer um guia sobre fotografia, mas esta pequena reflexão parece uma boa lição de fotografia, por mais simples que seja. É também uma maneira de:
- incentivar os fotógrafos iniciados: é normal ter centenas e até mesmo milhares de fotos falhadas para uma extraordinária.
- desincentivar as pessoas, demasiadas, que pensam que as suas fotografias serão
obrigatoriamente melhores por comprarem uma máquina mais cara.